Histórias de Sucesso

Economia criativa

IMPULSO AO MERCADO EDITORIAL

Programa do Sebrae Minas apoia o fortalecimento da cadeia envolvida na produção de livros


LAURA BARALDI

Otavio Correa: primeiro romance publicado compõe acervo da Biblioteca Pública de Minas Gerais
Crédito: Pedro Vilela

Em maio, o escritor e designer Otavio Correa lançou o seu primeiro romance: Faça-me uma Festa ou Lhe Roubarei os Balões. A obra relata as experiências do adolescente Ramon após se mudar do interior do estado para Belo Horizonte, incluindo as amizades, as descobertas e os dilemas enfrentados por ele em sua trajetória. “A ideia de escrever um romance surgiu do desejo de contar histórias sobre jovens estudantes e externalizar minhas próprias sensações conflituosas”, explica.

Além do marco da publicação, o autor celebrou o fato de seu livro passar a compor o acervo da Biblioteca Pública de Minas Gerais e ser distribuído pelo Sistema Estadual de Bibliotecas do estado. Este foi um dos resultados do encontro Meu Negócio é Literatura, realizado em setembro, durante a Expo Favela 2024. Integrando o programa Fazer Literário, a iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), em parceria com o Sebrae Minas, teve como objetivo impulsionar toda a cadeia de produção de livros. Vinte escritores e dez editoras independentes foram selecionados para apresentar suas obras à comissão da Biblioteca Pública. Ao final, cinco editoras e dez autores tiveram obras escolhidas para compor os acervos.

“Interagir com outros autores e profissionais da cadeia literária foi um privilégio e uma troca enriquecedora. Ver minha obra compondo o acervo da Biblioteca Pública é uma alegria imensa. Sempre fui leitor assíduo de bibliotecas, e agora saber que meu trabalho estará disponível para outras pessoas é uma realização enorme”, conta Otavio.

MERCADO RELEVANTE

Em 2023, o mercado editorial brasileiro registrou faturamento de R$ 4 bilhões, com edição de mais de 45 mil títulos e um total de 320 milhões de exemplares, entre livros didáticos, gerais, religiosos, científicos, técnicos e profissionais. O levantamento foi realizado pela Nielsen BookData, Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Atualmente, Minas Gerais tem mais de 1,9 mil pequenos negócios do setor, envolvendo escritores, editores, revisores, designers gráficos e diagramadores.

O segmento enfrenta desafios, especialmente em áreas como gestão e inovação, além do impacto do mercado digital. Para apoiar os pequenos negócios nessas demandas é que o Sebrae Minas tem trabalhado o programa Fazer Literário. Nayara Bernardes, analista do Sebrae Minas, destaca o papel central do programa no desenvolvimento do setor editorial. “Nossa abordagem envolve trabalhar com editoras, escritores e livrarias enquanto negócios. O objetivo maior é fortalecer o mercado editorial, aliando-o a outras áreas, como o audiovisual, e criando oportunidades de crescimento para todos os envolvidos”, diz.

FORMAÇÃO DE EDITORES

Rosana Mont’Alverne, fundadora da editora Aletria
Crédito: Pedro Vilela

Ela ressaltou a relevância de iniciativas como essa para o futuro do mercado editorial independente. “Há muitos desafios, mas, quando instituições como o Sebrae Minas se unem a órgãos públicos e desenvolvem ações para fortalecer o setor editorial, vemos que há oportunidades.” Rosana reforça o seu objetivo de contribuir para o mercado de livros infantis e juvenis. “Também sonho em ver políticas públicas mais robustas para a literatura e as bibliotecas. O Brasil precisa ser um país de leitores, e estou determinada a continuar fazendo minha parte com amor e dedicação”, diz.

Otavio Correa, que já está trabalhando em uma nova coletânea de contos, também tem muitos planos. “Espero continuar a encontrar leitores e compartilhar histórias. A literatura é um processo de constante troca, e o Fazer Literário me permitiu perceber isso de maneira muito clara. Agora, meu foco é continuar escrevendo e aproveitando as oportunidades que surgem com essa trajetória”, afirma.

MEU NEGÓCIO É CARNAVAL

Uma rodada de negócios do projeto Meu Negócio é Carnaval aproximou empreendedores durante o Travel Next, em Belo Horizonte. Representantes de 30 blocos caricatos, escolas de samba e blocos de rua puderam se sentar com 13 agências de publicidade, produtores culturais e empresas de eventos e apresentar seus produtos e serviços.

Promovido pelo Sebrae Minas em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), em agosto, o encontro visou fomentar negócios e fortalecer a cadeia produtiva ligada ao Carnaval e ao turismo. As negociações foram realizadas em reuniões pré-agendadas, de 20 minutos cada uma. “As interações visam à geração de contratos não só para o Carnaval, mas também para eventos durante o ano todo, promovendo a sustentabilidade econômica dos empreendimentos”, pontua a analista do Sebrae Minas Nayara Bernardes.

Além das negociações, o evento contou com palestras sobre gestão de negócios e inovação, com destaques como o artista Leopoldo Nóbrega e a futurista Martha Gabriel. As capacitações foram oferecidas gratuitamente, reforçando o compromisso do projeto de oferecer suporte contínuo aos pequenos negócios.