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Mais com menos

Entenda a importância de medir a eficiência do uso da terra na pecuária leiteira e como isso pode ser feito


Não restam dúvidas quanto à relevância da boa gestão para o sucesso dos empreendimentos rurais. A partir da análise dos dados, é possível verificar a viabilidade e atratividade econômica de determinado empreendimento, realizar investimentos, pensar em novos passos ou até mesmo rever planos. No caso da pecuária leiteira, isso é ainda mais importante. “Muitas vezes, o ganho se dá em centavos, o que reforça a necessidade de uma boa gestão para se produzir mais com menos e assegurar a sustentabilidade do negócio”, pontua a analista do Sebrae Minas Fernanda Merlo. É preciso buscar eficiência na utilização de todos os recursos, e, nesse sentido, a avaliação da eficiência do uso da terra é fundamental.

Fernanda explica que esse insumo representa, em média, mais de 55% do capital imobilizado na atividade leiteira. Daí advém a necessidade de alcançar máxima eficiência em determinado espaço territorial, sem descuidar da qualidade do que é produzido. Para mensurar a eficiência do uso da terra na atividade leiteira, o indicador mais utilizado é a produção por área para a pecuária (litros/hectare/ano), resultante da razão entre a produção anual de leite e o número médio de hectares utilizados para a atividade durante o ano. “O resultado está diretamente relacionado ao nível de intensificação da propriedade. Para melhorá-lo, busca-se elevar a produtividade das forrageiras e aumentar a capacidade de suporte em animais por hectare. Ao mesmo tempo, é fundamental ampliar a produtividade das vacas em lactação, com equilíbrio de custos”, orienta Fernanda.

Para facilitar a compreensão da importância desse indicador, os gráficos a seguir estratificam 436 fazendas participantes da Plataforma Educampo (link para www.educampo.com.br), no período de dezembro de 2021 a novembro de 2022, em função da produtividade da terra (litros/hectare/ano).

Os dados apontam que o aumento da produção de leite por hectare está relacionado à ampliação da capacidade de alojar vacas em lactação por hectare. “Para melhorar o indicador ‘vacas em lactação por hectare’, deve-se produzir mais forragem por hectare. No entanto, isso deve ser planejado, de modo a não extrapolar os limites para gasto com alimentos volumosos, permitindo manter os custos equilibrados”, explica a analista.

Além de avaliar indicadores técnicos e de custo de produção, Fernanda reforça que as margens geradas também precisam ser verificadas. O gráfico 2 mostra a avaliação do indicador margem líquida por hectare no estudo do Educampo.

A análise demonstra que “as fazendas com produção por hectare menor do que 5 mil litros de leite por hectare por ano, de forma geral, trabalham com sistemas mais extensivos, com as pastagens como base alimentar para o rebanho. Isso justifica um menor custo com alimentos volumosos por litro de leite, mas consequentemente uma margem líquida por hectare inferior. Em contrapartida, fazendas que produzem mais de 10 mil litros de leite por hectare por ano, em geral, operam sua atividade com sistemas intensivos de produção. Assim, mesmo gastando mais em volumosos nobres para a alimentação das vacas em lactação, operam com margem líquida elevada por hectare por ano”.

Fernanda ainda ressalta que, como os dados evidenciam, o aumento da margem líquida da atividade leiteira passa pela elevação do nível de eficiência no uso da terra. “Para viabilizar a atividade leiteira em locais com grande valorização imobiliária ou onde há outras atividades concorrentes, como cafeicultura, produção de cereais ou cana-de-açúcar, é fundamental intensificar o sistema de produção no que se refere à geração de margem por hectare.” Ela orienta os produtores interessados em implementar ou melhorar sua análise a tratarem do tema com os consultores especialistas e explica que todas essas análises e geração de inteligência são realizadas a partir de um banco de dados robusto, consistente e proveniente da Plataforma Educampo.