Consultoria
ELAS SÃO REALIDADE
Inteligências artificiais já são amplamente usadas por empresas diversas e podem contribuir para os negócios do varejo
Cristina Mota
De cerca de dois anos para cá, o uso da inteligência artificial (IA) tem sido amplamente discutido. Um estudo encomendado pela Microsoft para a Edelman Comunicação revelou, por exemplo, que a IA já está entre as estratégias dos negócios das médias e pequenas empresas: 74% das entrevistadas afirmaram que estão usando a IA sempre ou muitas vezes; outras 90% delas buscam adotar a tecnologia atualmente.
Na consultoria desta edição da Revista Histórias de Sucesso, o tema a ser discutido é como utilizar a inteligência artificial para aumentar as vendas no varejo. O analista do Sebrae Minas Victor Mota avalia que essa é uma estratégia bastante interessante e que, para o pequeno varejista “não ficar para trás, deve pesquisar, entender, experimentar e avaliar, para saber como o negócio pode se beneficiar dessa tecnologia ou não”.
Victor informa que há diferentes IAs, mas o varejo deve focar dois. A primeira é a preditiva, aquela capaz de analisar o histórico do negócio, as movimentações e os dados para informar ou projetar algumas tendências. A segunda é a generativa, mais usada para elaborar novos conteúdos, como fotos e vídeos, um tipo de IA que deve ser ensinado. O analista explica que as tecnologias de Bussiness Inteligence (BI), por exemplo, são do tipo IA preditiva e vão ajudar o empreendedor a fazer uma análise sobre o seu próprio negócio, aprender com o que deu certo, o que deu errado, conseguindo planejar o futuro. “Já uma inteligência artificial generativa vai ajudar, e muito, a entender os clientes e as mudanças de comportamento, a gerar conteúdos para conectar-se com eles, entre outros pontos”.
Custos, vantagens e cuidados
Victor indica que há inteligências artificiais com versões gratuitas e pagas: “Oriento que o varejista comece a aprender com as opções gratuitas e, à medida que avançar, confirmando que a tecnologia agrega valor ao negócio, passe a usar uma versão paga para ter acesso a funcionalidades mais elaboradas”. Ele destaca que utilizar esse tipo de tecnologia é como ter um assistente, um estagiário, e que, assim como esses profissionais juniores, a IA precisa ser orientada. “Nesse sentido, o ideal é que quem a utilize seja uma pessoa que saiba fazer as perguntas certas, orientar e analisar se as respostas estão de acordo com o esperado. Não se pode esperar que a IA faça tudo sozinha”, pondera.
Em relação aos riscos, Victor aponta alguns. O primeiro é que nem todas as informações que a IA mostra são verdadeiras. “É muito comum que elas façam uma busca na internet e tragam informações que não condizem com a realidade, que são falsas. Então, temos que fazer a revisão do que foi entregue para ter certeza de que é válido”, ressalta. Além disso, o analista pontua que tudo o que é ensinado a uma IA passa a ficar disponível para outras pessoas e instituições. E alerta: “Se você tem um dado sensível que não quer divulgar, é imprescindível ter cuidado ao pedir para que a IA o analise. Pode ser um risco para o seu negócio”.
O analista reforça que é relevante conhecer, experimentar. Ele destaca como lição de casa participar de eventos, como os promovidos pelo Varejo + Experience e as oficinas oferecidas pelo Sebrae Minas sobre o assunto, além de consumir conteúdos do Sebrae Play. “Há muitas informações já disponíveis e novidades frequentes. O varejista precisa acompanhar e testar, experimentar, em busca do que mais se adéque às suas necessidades e objetivos”, recomenda.
Conheça IAs gratuitas:
- ChatGPT: para gerar ideias, escrever textos e responder a perguntas.
- Copilot: para escrever textos, responder a perguntas e criar conteúdo para redes sociais, blogs ou outros canais on-line.
- Canva: para visualizar produtos, ilustrar conceitos criativos ou explorar novas possibilidades.
- Midjourney: traduz perguntas em texto em imagens por meio de seus algoritmos.
- Createify AI: permite criar pequenos anúncios em vídeo com base na URL de um produto.